Baixada 500 Anos Prof. Ney Alberto de Barros É Professor, membro do IPAHB e Pesquisador da História da Baixada |
Vamos contar hoje um pouco sobre a História de Nova Iguaçu, sua origem, quais foram as tribos indígenas que aqui viveram, como foram disseminadas e as atividades econômicas. Agora embarcaremos rumo ao passado, mas precisamente no ano de 1933, quando o município de Iguassú completou cem anos de existência e se podia estufar o peito, orgulhosamente. Seus 1.489 quilômetros quadrados compreendiam extenso território, do qual seriam emancipados vários municípios.
Por ocasião do centenário, o município estava sendo preparado para duas atividades que o tornariam famoso:
1º Nos terrenos, molhados, as olarias produziam tijolos e telhas, desmontando morrinhos, aproveitando barro de excelente plasticidade.
2º Nos terrenos mais elevados, os laranjais ( Citricultura ) eram multiplicados, exportando larga produção, com frutos conhecidos, internacionalmente.
Mas a maior participação daquele imenso território na História Mundial deve ser creditada aos mais antigos habitantes, os verdadeiros donos da terra, aos "índios" tupinambás. Foram chacinados.
Na metade do século XVI, franceses que protestavam contra o que consideravam farsas da Igreja Católica Apostólica Romana, seguindo a orientação de Martinho Lutero, protestantes, comandados por Villegagnon tentavam implantar na Baía do Rio de Janeiro (Baía de Niterói ou da Guanabara, estas denominadas Tupis) um refúgio, para os cristãos perseguidos na Europa. Os protestantes franceses fizeram contatos amistosos com os tupinambás. Estes preferiam a amizade dos franceses à escravidão imposta pelos representantes da Monarquia de Portugal.
Cento e Sessenta Aldeias Incendiadas - Os antigos habitantes - para uma resistência às tropas que os queriam no cativeiro - formaram uma união, que foi chamada de Confederação dos Tamoios. As atuais baixadas de Sepetiba e Fluminense, as ilhas (próximas de ambas) e as margens daquelas ditas Baías, eram um maravilhoso pedaço de Pátria Tupinambá.
Dois Jesuítas, José de Anchieta e Manoel da Nóbrega - cuja principal "tarefa espiritual" era a de dar combate à Reforma Religiosa (proposta por Lutero) - comandaram, intelectualmente, o massacre aos tupinambás.
Anos após, na Capela de São Lourenço, depois que cento e sessenta aldeias foram incendiadas e seus habitantes mortos degolados, Anchieta escreveu um "teatrinho", para servir de lavagem cerebral às criancinhas indígenas de outras tribos, deslocadas para Niterói. No Auto de São Lourenço, Anchieta cita algumas tribos tupinambás destroçadas e, entre elas, estão as que viviam na ilha de Parana-Puã (atual do Governador) e na atual Baixada Fluminense, como a aldeia de Jacutinga. Quantos tupinambás viviam nas 160 aldeias? No dito "teatrinho", o assassino Anchieta se refere à cultura Tupinambá, como coisa do demônio, só porque os heróicos donos da terra lutaram por alguns bens fundamentais, suas terras (coletivismo agrário), sua cultura, a liberdade.
Segunda Monstruosa Chacina - Os tupinambás queimados tiveram, posteriormente, uma segunda chacina, a do esquecimento, proposital (por parte dos bajuladores do Colonialismo), relativamente ao heroísmo e àcultura dos valentes defensores dos seus bens. A Cultura Tupinambá, a exemplo do que ocorreria com a maravilhosa cultura Africana (ver Confederação dos Palmares), foi varrida dos mapas históricos. Precisamos resgatá-las, para melhor entendimento do passado, do presente e do futuro. Para honrá-los, desmistificando os escravistas.
Território de Passagem - As terras que constituíram o extenso Município de Iguassú sempre foram, depois dos Tupinambás, uma região para servir de trânsito. Todas as obras, anteriores à explosão demográfica, tiveram a intenção de usar o território para que por esta passagem passassem a produção de ouro e prata, café, produtos importados, água (canalizada), energia elétrica, etc. Mas, na verdade, tais "linhas" serviam para que o território, já que o interior do país sempre esteve ao abandono, sem Reforma Agrária, por exemplo, abrigasse irmãos brasileiros e estrangeiros, pobres.
Nova Iguaçu e os municípios que agora irão caminhar com seus próprios pés, conseguiram ser uma síntese do Brasil, porque traços culturais diferentes marcaram aqui, um encontro com o futuro. Para a elaboração de uma nova e mais verdadeira e mais forte cultura.
Os prefeitos e vereadores desta região já estão demonstrando, além dos compromissos inerentes às missões voltadas para necessidades básicas, a necessidade do resgate do nosso Patrimônio Cultural. E não devem abandonar o interesse pela cultura dos tupinambás e africanas. Árvores fortes têm raízes maravilhosas.
Por ocasião do centenário, o município estava sendo preparado para duas atividades que o tornariam famoso:
1º Nos terrenos, molhados, as olarias produziam tijolos e telhas, desmontando morrinhos, aproveitando barro de excelente plasticidade.
2º Nos terrenos mais elevados, os laranjais ( Citricultura ) eram multiplicados, exportando larga produção, com frutos conhecidos, internacionalmente.
Mas a maior participação daquele imenso território na História Mundial deve ser creditada aos mais antigos habitantes, os verdadeiros donos da terra, aos "índios" tupinambás. Foram chacinados.
Na metade do século XVI, franceses que protestavam contra o que consideravam farsas da Igreja Católica Apostólica Romana, seguindo a orientação de Martinho Lutero, protestantes, comandados por Villegagnon tentavam implantar na Baía do Rio de Janeiro (Baía de Niterói ou da Guanabara, estas denominadas Tupis) um refúgio, para os cristãos perseguidos na Europa. Os protestantes franceses fizeram contatos amistosos com os tupinambás. Estes preferiam a amizade dos franceses à escravidão imposta pelos representantes da Monarquia de Portugal.
Cento e Sessenta Aldeias Incendiadas - Os antigos habitantes - para uma resistência às tropas que os queriam no cativeiro - formaram uma união, que foi chamada de Confederação dos Tamoios. As atuais baixadas de Sepetiba e Fluminense, as ilhas (próximas de ambas) e as margens daquelas ditas Baías, eram um maravilhoso pedaço de Pátria Tupinambá.
Dois Jesuítas, José de Anchieta e Manoel da Nóbrega - cuja principal "tarefa espiritual" era a de dar combate à Reforma Religiosa (proposta por Lutero) - comandaram, intelectualmente, o massacre aos tupinambás.
Anos após, na Capela de São Lourenço, depois que cento e sessenta aldeias foram incendiadas e seus habitantes mortos degolados, Anchieta escreveu um "teatrinho", para servir de lavagem cerebral às criancinhas indígenas de outras tribos, deslocadas para Niterói. No Auto de São Lourenço, Anchieta cita algumas tribos tupinambás destroçadas e, entre elas, estão as que viviam na ilha de Parana-Puã (atual do Governador) e na atual Baixada Fluminense, como a aldeia de Jacutinga. Quantos tupinambás viviam nas 160 aldeias? No dito "teatrinho", o assassino Anchieta se refere à cultura Tupinambá, como coisa do demônio, só porque os heróicos donos da terra lutaram por alguns bens fundamentais, suas terras (coletivismo agrário), sua cultura, a liberdade.
Segunda Monstruosa Chacina - Os tupinambás queimados tiveram, posteriormente, uma segunda chacina, a do esquecimento, proposital (por parte dos bajuladores do Colonialismo), relativamente ao heroísmo e àcultura dos valentes defensores dos seus bens. A Cultura Tupinambá, a exemplo do que ocorreria com a maravilhosa cultura Africana (ver Confederação dos Palmares), foi varrida dos mapas históricos. Precisamos resgatá-las, para melhor entendimento do passado, do presente e do futuro. Para honrá-los, desmistificando os escravistas.
Território de Passagem - As terras que constituíram o extenso Município de Iguassú sempre foram, depois dos Tupinambás, uma região para servir de trânsito. Todas as obras, anteriores à explosão demográfica, tiveram a intenção de usar o território para que por esta passagem passassem a produção de ouro e prata, café, produtos importados, água (canalizada), energia elétrica, etc. Mas, na verdade, tais "linhas" serviam para que o território, já que o interior do país sempre esteve ao abandono, sem Reforma Agrária, por exemplo, abrigasse irmãos brasileiros e estrangeiros, pobres.
Nova Iguaçu e os municípios que agora irão caminhar com seus próprios pés, conseguiram ser uma síntese do Brasil, porque traços culturais diferentes marcaram aqui, um encontro com o futuro. Para a elaboração de uma nova e mais verdadeira e mais forte cultura.
Os prefeitos e vereadores desta região já estão demonstrando, além dos compromissos inerentes às missões voltadas para necessidades básicas, a necessidade do resgate do nosso Patrimônio Cultural. E não devem abandonar o interesse pela cultura dos tupinambás e africanas. Árvores fortes têm raízes maravilhosas.
minha noiva Iguaçu ue te amo
ResponderExcluirmuito boa e esclarecedora a postagem.
ResponderExcluir